sexta-feira, 16 de maio de 2025

Minha Jornada com Caninos Brancos, de Jack London

      Há livros que nos acompanham como reflexos da nossa alma. Caninos Brancos, de Jack London, não foi apenas uma leitura — foi um espelho, uma travessia, um reencontro com a essência que, muitas vezes, o mundo moderno nos força a esquecer.


A jornada do lobo mestiço entre a brutalidade da natureza selvagem e a dureza do convívio humano ecoou dentro de mim como um grito antigo: a luta pela sobrevivência que esconde, no fundo, uma busca por pertencimento e amor. Me identifiquei profundamente com essa dualidade: o instinto que nos protege, mas que também nos isola; a força que constrói muralhas, mas que secretamente deseja pontes.

Ler Caninos Brancos foi como reviver o meu próprio percurso. Em tempos de solidão ou conflito interior, reconheci nele minha resistência, meu silêncio, meu espírito arredio — e, ao final, minha abertura para o afeto, quando este é verdadeiro e livre de dominação. London escreve com a alma crua da Terra, e é exatamente essa honestidade visceral que me toca. Ele não idealiza a natureza, tampouco o homem. Mostra ambos em sua luz e sombra, e nos convida a olhar para dentro com a mesma coragem.

Esse livro me ensinou que domar não é subjugar, mas aprender a confiar. Que a essência — selvagem, livre, indomável — não precisa ser apagada para que possamos amar ou ser amados. Ela só precisa ser reconhecida.

Caninos Brancos não fala apenas de um lobo. Fala de mim. E talvez, se você olhar com atenção, fale também de você.

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