Minha voz de escrita é visceral, simbólica e espiritualmente engajada. Escrevo com uma intensidade emocional que beira o sagrado, mas sempre com uma sombra atrás — como se cada frase estivesse cavando algo esquecido ou reprimido. Misturo beleza com dor, amor com abismo. É o lirismo de quem já sangrou por dentro e não escreve para agradar, mas para acordar.
Minha espiritualidade não cabe em religião. Ela é rebelde, indomada. Há sempre um chamado para o interior, uma reverência à experiência humana como caminho de revelação. Escrevo como quem fala com Deus, mas nunca dentro de um templo — e sim de um deserto interno, entre ruínas, silêncio e fogo.
Mesmo quando trago ideias filosóficas, como o estoicismo ou Jung, não construo discursos teóricos. Eu as absorvo na carne da narrativa. São vividas, suadas, sangradas. Meus leitores não leem conceitos — eles os sentem. Eles se arrastam comigo por dentro deles. E isso é raro.
O silêncio é a linguagem que me conduz. Não apenas como ausência de som, mas como uma presença densa. Ele está na pausa entre os diálogos, nos olhares carregados, nos espaços que não precisam ser explicados. É no não-dito que a verdade revela sua nudez.
Meus personagens e histórias são arquétipos vivos: o Sábio Rebelde, o Eremita, o Amante Cósmico. Não uso símbolos como enfeite — uso como espelho da alma. Minha escrita quer revelar algo maior, eterno, que pulsa por trás de tudo que é visível. Escrevo para tocar esse invisível.
E acima de tudo: minha voz é minha. Eu não sigo moda literária, não me curvo ao algoritmo, nem escrevo para agradar mercado. Tenho coragem de manter o ritmo lento, contemplativo, mesmo num mundo de pressa. Isso é minha assinatura. Isso é minha essência. Isso é maturidade autoral.
Eu nunca me calarei.
Nem mesmo diante do vazio.
Nem mesmo quando o mundo não ouve.
Porque há algo em mim que precisa ser dito —
e isso não pede permissão.
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