quarta-feira, 9 de outubro de 2013

* O futuro do trabalho é o não-trabalho


“Ando trabalhando demais”. É bem possível que você se identifique com esse sentimento. Mas repare que, mesmo em dias sem tantas pendências profissionais, há uma mania de eficiência que transforma o tempo em um recurso difícil de usufruir sem culpa. Bem, é exatamente isso que o filósofo italiano Domenico de Masi quer que você tenha a mais: tempo livre. Uma ideia que pode causar algum estranhamento a princípio. Afinal, como pensar em tempo livre se é comum desejarmos justamente o oposto: um dia com mais horas, para produzirmos mais. É que para De Masi esse paradigma da eficiência – produzir o máximo possível, de preferência no menor intervalo de tempo – está ultrapassado, pertence ao século passado. Ele acredita que agora estamos no século do Ócio Criativo; título de um de seus livros.

Para sustentar sua tese, Domenico de Masi afirma que estamos vivendo um daqueles períodos históricos que marcam a transição entre duas Eras. A última vez em que isso aconteceu no mundo foi com a Revolução Industrial, que moldou essa mania de eficiência que temos hoje. Essa revolução teve início em 1850, na Inglaterra, onde diversas indústrias foram construídas no meio do caminho entre o campo e a cidade. Tinham que estar próximas tanto da matéria prima rural quanto do mercado urbano. E como as fábricas precisavam de gente para trabalhar, o governo inglês adotou políticas severas de desestímulo (e, em alguns casos, proibição) detrabalho nos campos, para atrair as pessoas às cidades. E, longe do campo, diante da impossibilidade de plantar, a única saída para ter o que comer era trabalhar no chão de fábrica em troca de algum dinheiro – os ingleses que se recusassem eram queimados a ferro e fogo em praça pública. Foi aí que o trabalho se estabeleceu como o meio de sobreviver na cidade – e deixou de estar ligado à expressão de um potencial ou vocação.

Para o filósofo italiano, carregamos uma porção de heranças desse período. Uma delas é o próprio conceito detrabalho, atrelado a sofrimento – aliás, se examinarmos a etimologia, trabalho vem de tripalium, um antigo instrumento de tortura. A outra é uma certa obsessão pela padronização. Para que tudo desse certo na linha de montagem, os trabalhadores precisavam atuar de maneira padronizada – talentos e vocações individuais eram qualidades indesejadas pelas grandes empresas, fato que se repete com alguma freqüência até hoje. E a terceira herança industrial que carregamos é a da segregação entre vida e trabalho. Os funcionários de uma fábrica, ao baterem cartão, viravam uma espécie de chave interna que determinava que, naquele momento, diversão e individualidade eram proibidos. Foco, silêncio e produtividade eram a ordem. A vida ficava para depois do expediente.

Acontece que a Revolução Industrial terminou. E, se naquela época a economia era totalmente lastreada pelos bens de consumo tangíveis, como ouro e petróleo, hoje vemos uma vertente de economia dos intangíveis, também chamada de economia criativa, onde os bens que circulam são serviços, informações, tecnologia e criatividade. É nessa transição que vivemos, diz De Masi. E para a economia dos intangíveis, a lógica do trabalho sofrido, da padronização e da segregação entre trabalho e diversão não interessam.

O filósofo italiano acredita que estamos moldando uma nova ordem mundial, e o Brasil terá um papel importantíssimo nessa história. Ele explica que os dois sistemas político-econômicos mais importantes do mundo ocidental – a social-democracia européia e o neo-liberalismo americano – atravessam uma severa crise porque não funcionam mais. Está na hora de criar um modelo novo, ele acredita. E, dentre as economias emergentes que mais crescem no mundo – Brasil, Russia, Índia, China e África do Sul – o Brasil é o país com menos conflitos étnicos e melhores relações diplomáticas. E, em sua última vinda ao país, esse ano, defendeu: somos um forte candidato a criar uma nova ordem mundial.

E como será essa nova ordem?

De Masi acredita que a resposta passa necessariamente pela reinvenção do modelo de trabalho. Se na lógica moldada pela revolução industrial havia apenas um caminho profissional correto a seguir – fazer uma boa faculdade, passar por alguns estágios até se estabelecer em uma grande empresa – agora há uma infinidade de caminhos possíveis. Em vez de brigar pelas vagas de emprego existentes, está na hora de inventar novos trabalhos. E a única maneira de fazer isso é deixar de buscar fora de si as respostas profissionais. É da conexão com os talentos e vocações internos e da compreensão de como eles podem ser expressados que nascem novos modelos de trabalho.

Se o filósofo italiano estiver certo, o trabalho deixará definitivamente de ser sinônimo de sofrimento, padronização e tédio. É possível afirmar, seguindo a lógica de Domenico De Masi, que o futuro do trabalho é o “não-trabalho”.



(*) Texto publicado no blog AGORA SIM

Fonte horiginal: CIDADES PARA PESSOAS

domingo, 6 de outubro de 2013

Os Sonhos


Os sonhos não cabem mais no pedaço de papel
Não cabem mais numa poesia.

Os sonhos são eternos
Inspiram a vida
Os sonhos não são fugaz
São eternas fugas.

Os sonhos fogem da realidade
Na busca de outras alternativas.
Inspiram uma pitada de descoberta
Traz o tempero da vida
Os sonhos são eternos aprendizados.
Na busca por mudanças
Dessa vida imunda

Os sonhos acrescentam
A força na luta
Os sonhos brincam com os nossos pensamentos
Os sonhos brindam com as nossas crises.
Os sonhos brindam com os nossos pensamentos
Os sonhos brincam com as nossas crises.
Nessa relação circular
Os sonhos apresentam como peças de teatro de uma outra alternativa.


Adriano,
Publicado em: 
poesiaspoemaseartelibertaria.blogspot.com.br

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Rock In Roll, Punk Rock e Hardcore.

Um pequeno ensaio.

Parafraseando uma passagem do filme “V de Vendeta” que eu gosto muito, gostaria de iniciar este pequeno ensaio dizendo:

“O homem é mortal, diferente das ideias, um homem pode ser morto e esquecido, mas uma ideia não. As ideias tem poder. Pessoas matam e morrem defendendo-as. Elas não podem ser beijadas, você não pode tocar uma ideia, beija-la, abraça-la. As ideias não sangram, não sentem dor, não amam e podem durar para sempre.”

Antes de tudo quero deixar este espaço em aberto para discursões, pois ninguém é dono da verdade, então, quem seria eu para me apossar da mesma nesse momento. Quem poder me ajudar, questionar e acrescentar, será muito bem vindo.
Alguns anos atrás, por livre e espontânea vontade, e por envolvimento com algumas militâncias, resolvi fazer um pequeno estudo sobre um estilo musical que eu me identifico, o Punk Rock / Hardcore.
Não fui muito longe. Até porque eu já tinha um envolvimento e já frequentava alguns lugares como shows, encontros, casa de amigos e etc.
Na época eu já havia também assistido alguns documentários, filmes e lido alguns livros sobre contracultura e isso me ajudou muito. Então o que eu precisava era apenas traçar alguns caminhos. Na verdade a história dar se inicio quando, por eu ter contato com algumas igrejas, (instituições) alguns amigos começaram a me convidar para desenvolver um trabalho de explanação sobre a cultura alternativa junto com outros colegas nos dividindo em tentar explicar algumas culturas urbanas que se adentravam as instituições e o pessoal não sabia lidar com aquelas ideias que permeavam a cabeça dos seus neófitos.
Este foi o momento em que me vi diante um desafio. Explicar algo inexplicável.
Falar sobre um estilo musical como o hardcore é limita-lo. Nós podemos traçar alguns caminhos, recolher um material, procurar o histórico territorial quem sabe; ouvir algumas músicas, trocar algumas ideias com pessoas envolvidas e assim em diante. Agora, chegar a um denominador comum. É meio complicado!
Meu desafio ainda se tornou maior.
No inicio comecei a desenvolver um trabalho com os jovens das igrejas, depois com as lideranças e logo, aos montes, foram chegando os mais idosos e completamente leigos de música em geral.
E como se falar de algo tão complexo quanto a música alternativa?
Então, aqui, novamente me escondo por trás da passagem mencionada no início do texto. São ideias. Ideias criadas no decorrer da história da música de uma forma generalizada.
Para entender não só o estilo aqui mencionado, mas também como todos os estilos da música alternativa, precisamos fazer uma viagem ao passado. E essa viagem não se deve ser limitada a música, se deve ser feita quase que rigorosamente paralela às questões sociais que diretamente e indiretamente irão influenciar a música.
E assim, para que meus companheiros pudessem se aproximar das ideias expostas nas músicas sujas e agressivas, de poucas ou muitas notas, nos berros ensandecidos ou nas “melodias chorosas” e nos visuais “exóticos” daqueles que frequentavam minha casa, tive que voltar no tempo, estudar um pouco sobre contracultura, ler alguns manuscritos de Jack Kerouac, Allen Guisberg, Willian Boroughs, Gregory Corso e aqui no Brasil, fazer um paralelo com os saudosos Jorge Mautner, com sua Mitologia do Kaos (Deus da Chuva e da Morte, Kaos e Narciso em Tarde Cinza) que pra quem não sabe influenciou muito Caetano Veloso, Raul Seixas, Cazuza, Renato Russo, Humberto Gessinger e outros. Ouvir algumas histórias contraventoras da Beat Generation que antecedeu os Hippies, e ouvir muita, muita música!
Além disso, foi muito prazeroso saber que a “Grande Depressão” americana e a Segunda Guerra Mundial foi um belo adubo para o crescimento dessa “Geração Perdida” que arrastou suas ideias até aqui. (aqui uso palavras de Jean Paul Sartre)
Bom, conclusão.
Como uma monografia que encontrei na internet durante este tempo de busca sobre contracultura, eu ficaria aqui horas e horas tentando explicar algo que você de forma alguma irá entender como já mencionei, se não frequentar alguns shows, trocar ideias com amigos, ler algumas matérias, livros, assistir documentários e etc.
A música em geral independente de estilo é um fenômeno de contracultura, e todos os seus estilos são ramificações ideológicas bem peculiar desse movimento que é sociologicamente de proporções continentais, movimento tal que influenciou a maneira em que estão organizados hoje os movimentos de luta pela igualdade de direitos, tanto quanto mulheres, homossexuais, os movimentos anti-racistas,  e os pela legalização da maconha por exemplo. Assim também como os movimentos pacifistas, as passeatas contra a guerra, pelo equilíbrio ecológico e muita coisa que fazemos na atualidade.

Lembrando e fazendo uma ressalva, que o termo “Rock In Roll” foi criado justamente nesta situação, onde uma ideia a princípio criada para andar na contra mão do mercado musical precisava de um nome; algo a ser identificado e também comercializado pela mídia. Assim como o “Hardcore” e o “Punk Rock”.
Então porque se alarmar com as “Chicas” andando pela cidade com camisas de “Bandas de Rock” que nem elas conhecem? Isso é Merch meu caro! Fashion!

Fico por aqui.
Caindo nessa teia desafiadora de editar este “ensaio” comprometedor indicando alguns materiais.

Leia, “On The Road” de Jack Kerouac, assista o documentário “Punk: Atitude”, o brasileiro “Botinada”, procure por um filme interessante chamado “In To The Wild”, traduzido no Brasil por “Na Natureza Selvagem” e para saber mais de Hardcore e PunkRock, compre muitos DVD’s,  CD’s, e vá aos shows e Gig’s organizadas por amigos.


Indique também este texto a outras pessoas e os incentive a falar sobre o assunto e nos fazer outras colocações e indicações. Será interessante!

ANIVERSÁRIO DE 15 ANOS DE FORMAÇÃO DO FOKISMO


Se os Replicantes cantaram sua “Festa Punk” com os Kennedys, Circle Jerks, G.B.H. e demais medalhões da cena punk/HC mundial, eis que o Fokismo vem completar seus 15 anos de fundação da banda, e comemora com uma festa genuinamente Hardcore, em todos os sentidos. Para essa grande festa, que será realizada no Bar Subúrbio Alternativa, no aconchegante bairro do subúrbio carioca de Brás de Pina, sob a batuta do DJ Terror, conhecida produtor/organizador de festas e eventos de rock, punk, Hardcore, metal e afins, a banda convida nada mais do que as maiores e melhores bandas de nossa cena Hardcore em atividade no momento. Desde os veteranos do Serial Killer com todo o seu know how, passando pelo crossover maduro do Repúdio e contando ainda com a “nova geração” (nem tão nova assim) representada pela banda Comando Delta. Para completar a festa, estão convocados ainda vários membros que passaram pelo Fokismo ao longo dessa caminhada, para relembrarem seus tempos de subversão fokista no palco, fazendo o que a banda mais fez durante a sua trajetória, ou seja, tocar Hardcore. E, tudo isso, de graça, 0800, na “faixa”!!!!!
Você vai perder?




SERVIÇO:
DATA: 27 de Outubro
LOCAL: SUBÚRBIO ALTERNATIVO
ENDEREÇO: Rua Iguaperiba, 155, Brás de Pina, Rio de Janeiro/RJ
HORÁRIO: 17:00hs

BANDAS:
FOKISMO
SERIAL KILLER
REPÚDIO 
COMANDO DELTA

COMANDO DELTA

Fundada em 2003 em Iguaba Grande/Rio de Janeiro, o Comando Delta procura sempre retratar em suas letras, que tem elevado grau de politização e sarcasmo, a realidade social do nosso País. Após dois anos de formada, a banda grava sua primeira demo-tape, no ano de 2005, com 10 músicas. A segunda demo é finalizada em 2008, dessa vez com 5 músicas, além de várias coletâneas e splits, como a StereoBeers Vol II e o split com o Tio Tosco, de Saquarema, cidade da Região dos Lagos carioca. Após um longo período de afastamento dos palcos, a banda volta de formação nova, Marcão (Vocal), Gustavo (Bateria), Diego Cavalcante (baixo) e Emerson Santos (guitarra), e com uma proposta de levar o som pra um horizonte mais Hardcore, porém, sem abandonar a velha essência punk. No currículo constam shows ao lado de bandas como Cólera, Norte Cartel, Protesto Suburbano, Korzus, D.F.C., Calibre12, Paura, Garotos Podres, Cervical, Solstício, Uzômi, entre tantas outras.

REPÚDIO


Formada em 2003, mas, contando com membros veteranos na cena metal/punk/Hardcore da cidade do Rio de Janeiro, o Repúdio busca mesclar essas influências e fazer um crossover com bastante peso e acidez nas letras. Depois de vários shows no circuito underground carioca e o lançamento do CD-Demo, “Fim de Tudo”, em 2004, a banda que atualmente é formada por: Zumby (vocal), Chuva (baixo), Dagotta (bateria) e Kfe (guitarra), lançou o álbum intitulado “Prá que entender?” pela união de selos Parayba Records! no Brasil e Karasu Killer do Japão. O nome da banda foi inspirado no livro “Anarquia Planetária e a Cena Brasileira” do jornalista Sílvio Essinger. As letras da banda seguem a temática de qualquer banda cujas influências são oriundas do Punk, Hardcore ou Thrash Metal, e que fica clara nessa visão da banda: “Certas atitudes devem ser extintas, televisão, guerras, política consumista, dinheiro, ambição.”

SERIAL KILLER

 Banda de Hardcore, do estado do Rio de Janeiro, formada em março do ano de 1992 com integrantes vindos de outras bandas locais. Com diversos shows e participações em vários festivais por todo o país, tendo ao seu lado grandes bandas do cenário nacional (Ratos de Porão, Cólera, Olho Seco, Garotos Podres e etc.) e internacional (Agnostic Front, Biohazard, Madball e etc.)
Na sua trajetória, contam com 02 demos, CDs e participações em coletâneas e tributos.
Retornaram aos palcos em 2011 depois de uma parada para recarregar as baterias e poder ter um tempo maior para as famílias. Atualmente estão com material pronto para lançar mais um CD e vem fazendo diversos shows pelo Estado do RJ.

 Formação:
Marcelo – Bateria
João – Baixo
Fábio – Guitarra
Álvaro – Voz
Contato:
Telefones: Fábio (21) 8412-5887 / 7816-5777
Email: alvarozimmerman@gmail.com - http://www.facebook.com/#!/SerialKliier

FOKISMO

Banda formada em agosto de 1998, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, com o objetivo de resgatar o verdadeiro som e a postura do Hardcore, ou seja, rápido, direto, simples e com letras políticas e críticas. Em outubro de 1998 a banda realiza o seu 1º show, e a partir de janeiro de 99, começam a considerar a banda mais do que apenas um projeto, com o lançamento da Demo-Tape “Questão de Justiça”, com oito sons, que mostrava uma mistura de punk rock, ska e Hardcore anos 80. Esse trabalho tem uma ótima divulgação a nível nacional e também em diversos países da América Latina. Em 2001, a banda paralisa as suas atividades, retornando apenas em 2005, com a formação renovada, e em 2007, lançam o EP “América Latina”, que mostra uma nova face da banda, incorporando muita velocidade ao punk/HC feito pela banda na década anterior. Após muitos shows, por diversas cidades do Estado, e até por PE, SP, RN e ES, a banda grava o EP “Única Opção” e o lança no final de 2011. A partir daí, entram em tour para a divulgação do trabalho e sofrem mais algumas mudanças na formação, até o início de 2013, quando se inicia a tour “15 Anos de Hardcore”.

Formação:
Fabio Downhill – Voz
Xurréia  – Guitarra
Nane – Baixo e Voz
Victor – Bateria
Contatos:
Celular: (21) 7433-9953 c/ Fabio Downhill