terça-feira, 8 de agosto de 2017

Felicidade ou Morte

Escancaradamente somos completos da falta.
Talvez como um dia de fúria eu possa estar escrevendo esse texto. Mas nada melhor do que esse dia pra dar real sentido ao nome desse blog. E por falar em blog, alguém ainda usa isso? Enfim.
A falta caracteriza nossa podre, medíocre e imbecil geração. Nossa exuberante necessidade de querer o tempo todo mostrarmos que estamos felizes, que é tudo lindo, que estamos vivendo o pleno; é a excencia de que realmente não temos nada. Estamos transformando a vida num verdadeiro fardo. É um narcisismo doente, é uma busca implacável pela sombria, fúnebre e inexistênte felicidade. Sim! A inexistênte felicidade. E, pra ficar pior como padrão, medimos nossa pretença felicidade pela infelicidade alheia. Ual!
Tudo bem. Você vai dizer que isso aqui é o desabafo de um homem cheio de ressentimentos não é? Vai até soltar aquela gargalhada do tipo: Caralho! O maluco tá doente. (rs)
Fique a vontade. É motivo pra rir mesmo. Porque chorar é vergonhoso pra nós os Heróis Da Resistência, né mesmo?
A propósito, vamos aproveitar o momento, e fazermos a nós mesmos uma belíssima pergunta.
De quê se alimenta toda essa nossa vontade de viver hoje? Toda essa atmosfera que criamos nos últimos tempos? Não seria a necessidade de erguer nosso doce e maravilhoso troféu de Honra Ao Mérito?
Seja sincero!
O que te move? Entusiasmo, fé, vontade de vencer na vida, de ser alguém? Auto Confiança? Afinal, qual é o seu propósito de vida?
Querido amigo, querida amiga... Desvende-se!
Tire dos seus olhos as castas que te impedem de ver a realidade. Vida e dor, são inerentes! Coragem e medo são dois lados da mesma moeda. O que alimenta a sua coragem é o medo. E o medo move montanhas. Tudo a sua volta, tudo que você reproduz e respira, é movido pelo medo. Todo marketing, toda propaganda que você consome foi e, é, construído pelas frustrações, e pelo desencanto alheio. Consecutivamente, pela dor da existência.
Estamos vivendo num esforço surreal pra sobreviver. Mentira? Tudo bem. Eu sei; a realidade é dura quando exposta dessa forma não é verdade? Mas compreenda. O que seria da luz, se você não reconhecesse que está em trevas? A luz não existiria. Correto? Então, você busca a luz por falta dela, e por ainda não a ter encontrado, você continua buscando. E quando acha que a encontrou, voa em sua direção rumo a morte como um inseto. Corremos atrás da felicidade como um cão raivoso e barulhento que corre atrás de uma motocicleta quando passa, se a pegar, não sabe o que fazer com ela.
Essa é a verdadeira saga, e excência, da vida.
E quer uma notícia boa? (Talvez)
Você vai morrer sem mesmo ter a encontrado. E verá a morte, como a sua fiel e necessária redenção. Não é atoa que muitos buscam ter suas vidas santas por aqui, pensando em no mínimo encontrar o que tanto buscam, ou buscaram, no pós morte.
Não meu querido. Não minha amada irmã! Não é um discurso pessimista. Nem mesmo secreção escorrendo de uma ferida aberta, e inflamada em meu coração. É um despertar! É a 'consciência de existência'. Fica bonito né dizendo assim, de forma apaixonante, bem elaborada. Mas não é apaixonante esse Maravilhoso Mundo de Bob em que todos nós estamos inseridos? Selfs, legendas, cheking's, idéias e ideais. Precisamos sempre, o tempo todo dar a nossa opinião sobre tudo, sobre nós, sobre os outros. Mostrar o quanto estamos felizes. Até mesmo o silêncio virou uma causa nobre dos sábios. A solidão virou o apogeu; o paraíso pros que buscam o autoconhecimento como o deus no novo milênio. Ter um propósito de vida virou um propósito de vida. Urg!
Estamos bem a quem da realidade, vivendo esse nosso mundinho de Alice no País das Maravilhas. Desgastando a nossa própria imagem, nosso próprio ser. Afinal, 'ser' também é um grande desafio pra quem nem mesmo conseguiu enxergar a própria nascença; então quiçá renascer. A Fênix, precisa reconhecer que é cinza, ainda que por muito tempo, possa continuar como cinza.
É meu amigo. Vamos fingir que tudo isso é mentira. Vamos deixar passar batido, como gárgulas, sentados em cima do muro cheios de esperança, vamos sentar na posição do pensador,  e ver a banda passar. E quem sabe descer e dançar um pouco conforme a música como anestésico. Vamos jogar confetes e serpentinas em nossas time lines do Facebook pra ficar tudo mais florido e apaixonante. Vamos subir o monte, e sentar lá no pico na Posição de Lotus e ficarmos pensando horas e horas no que fazer quando descer.
Sinceramente?
A única esperança que eu tenho, (um fiasco pelo menos) é que, quem sabe as próximas gerações possam olhar pra trás e tentar no mínimo chegar próximo a entender porque nos afundamos em tamanha futilidade em nosso modus opendi.

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