Um pequeno e "subversivo" ensaio.
Parafraseando
uma passagem do filme “V de Vendeta” que
eu gosto muito, gostaria de iniciar este pequeno ensaio dizendo:
“O homem é mortal, diferente das
ideias, um homem pode ser morto e esquecido, mas uma ideia não. As ideias tem
poder. Pessoas matam e morrem defendendo-as. Elas não podem ser beijadas, você
não pode tocar uma ideia, beija-la, abraça-la. As ideias não sangram, não
sentem dor, não amam e podem durar para sempre.”
Antes
de tudo quero deixar este espaço em aberto para discursões, pois ninguém é dono
da verdade, então, quem seria eu para me apossar da mesma nesse momento. Quem
poder me ajudar, questionar e acrescentar, será muito bem vindo.
Alguns
anos atrás, por livre e espontânea vontade, e por envolvimento com algumas
militâncias, resolvi fazer um pequeno estudo sobre um estilo musical que eu me
identifico, o Punk rock / Hardcore.
Não
fui muito longe. Até porque eu já tinha um envolvimento e já frequentava alguns
lugares como shows, encontros, casa de amigos e etc.
Na
época eu já havia também assistido alguns documentários, filmes e lido alguns livros
sobre contracultura e isso me ajudou muito. Então o que eu precisava era apenas
traçar alguns caminhos. Na verdade a história dar se inicio quando, por eu ter contato
com algumas igrejas, (instituições) alguns amigos começaram a me convidar para
desenvolver um trabalho de explanação sobre a cultura alternativa junto com
outros colegas nos dividindo em tentar explicar algumas culturas urbanas que se
adentravam as instituições e o pessoal não sabia lidar com aquelas ideias que
permeavam a cabeça dos seus neófitos.
Este
foi o momento em que me vi diante um desafio. Explicar algo inexplicável.
Falar
sobre um estilo musical como o hardcore é limita-lo. Nós podemos traçar alguns
caminhos, recolher um material, procurar o histórico territorial quem sabe;
ouvir algumas músicas, trocar algumas ideias com pessoas envolvidas e assim em
diante. Agora, chegar a um denominador comum. É meio complicado!
Meu
desafio ainda se tornou maior.
No
inicio comecei a desenvolver um trabalho com os jovens das igrejas, depois com
as lideranças e logo, aos montes, foram chegando os mais idosos e completamente
leigos de música em geral.
E
como se falar de algo tão complexo quanto a música alternativa?
Então,
aqui, novamente me escondo por trás da passagem mencionada no início do texto.
São ideias. Ideias criadas no decorrer da história da música de uma forma generalizada.
Para
entender não só o estilo aqui mencionado, mas também como todos os estilos da
música alternativa, precisamos fazer uma viagem ao passado. E essa viagem não
se deve ser limitada a música, se deve ser feita quase que rigorosamente
paralela às questões sociais que diretamente e indiretamente irão influenciar a
música.
E
assim, para que meus companheiros pudessem se aproximar das ideias expostas nas
músicas sujas e agressivas, de poucas ou muitas notas, nos berros ensandecidos ou
nas “melodias chorosas” e nos visuais “exóticos” daqueles que frequentavam
minha casa, tive que voltar no tempo, estudar um pouco sobre contracultura, ler
alguns manuscritos de Jack Kerouac, Allen Guisberg, Willian Boroughs, Gregory
Corso e aqui no Brasil, Jorge Mautner, com sua Mitologia do Kaos (Deus da Chuva
e da Morte, Kaos e Narciso em Tarde Cinza) que pra quem não sabe influenciou
muito Caetano Veloso, Raul Seixas, Cazuza, Renato Russo, Humberto Gessinger e
outros. Ouvir algumas histórias contraventoras da Beat Generation que antecedeu
os Hippies, e ouvir muita, muita música!
Além
disso, foi muito prazeroso saber que a “Grande Depressão” americana e a Segunda
Guerra Mundial foi um belo adubo para o crescimento dessa “Geração Perdida” que
arrastou suas ideias até aqui. (aqui uso palavras de Jean Paul Sartre)
Bom,
concluindo essa primeira parte.
Como
uma monografia que encontrei na internet durante este tempo de busca sobre
contracultura, eu ficaria aqui horas e horas tentando explicar algo que você de
forma alguma irá entender como já mencionei, se não frequentar alguns shows,
trocar ideias com amigos, ler algumas matérias, livros, assistir documentários
e etc.
A
música em geral independente de estilo é um fenômeno de contracultura, e todos
os seus estilos são ramificações ideológica bem peculiar desse movimento que é sociologicamente
de proporções continentais que influenciou a maneira em que estão organizados
hoje os movimentos de luta pela igualdade de direitos para as mulheres, em
defesa dos homossexuais, os movimentos anti-racistas, pela legalização das
drogas, os movimentos pacifistas e as passeatas contra a guerra e pelo equilíbrio
ecológico e muita coisa que fazemos na atualidade.
Enquanto preparo uma segunda parte para este ensaio vou indicando alguns materiais bem populares sobre o assunto.
Leia,
“On The Road” de Jack Kerouac,
assista o documentário “Punk: Atitude”
o brasileiro “Botinada” procure por um filme interessante chamado “In To The
Wild”, traduzido no Brasil por “Na
Natureza Selvagem” e para saber mais de Hardcore e PunkRock, compre muitos
DVD’s, CD’s, e vá aos shows e Gig’s
organizadas por amigos!
Indique
também este texto a outras pessoas e os incentive a falar sobre o assunto e nos
fazer outras colocações e indicações.
Será interessante!
Vamos em frente...