quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Subversivo e Marginal. (?)


Segunda parte do ensaio sobre Punk Rock / Hardcore 

“Faltavam dois meses até chegar àquela data e nós já estávamos compartilhando as ideias e todo mundo já estava curtindo. Só faltavam cinco minutos para o pessoal começar a plugar os instrumentos no dia marcado e nós já estávamos ali nos espremendo entre o pequeno espaço entre os músicos e nós. Dois microfones além do reservado ao vocalista já havia sido disponibilizados para o “Sing Along”, essa é a forma mais importante de dizer que ali não há espaço para artistas, somos todos iguais.”

Pergunte a qualquer um o que tudo aquilo significava, e em um espaço pequeno de tempo no alvoroço da situação o máximo que você vai ouvir é a seguinte frase:

“Eu trabalho todos os dias duramente, aturando esse sistema macabro lá fora, ansioso por isso aqui. Por estar com meus amigos!”

É assim que funciona. Aceitamos o desafio!
Não há como responder o que é Hardcore.
Ou porque ser Punk.
Em tese, pode-se também dizer que além do velho lema “Paz e Amor” e o já massificado discurso contra miséria e fome, nós nos reunimos também pra discutir contra os temas que em geral sempre oprimiram os homens desde os primórdios das sociedades humanas, independente de classe social a que pertencem. Eu sou capaz de descrever todo o desfecho de uns três dias de evento com tudo o que gostamos. Amostras, palestras, vídeos, tudo sem se quer citar o nome de uma banda envolvida, e você, meu caro leitor, ficará em êxtase total, empolgado para frequentar nossas próximas reuniões. E propositalmente, é isso que irei fazer, não vou citar bandas como exemplo e nem vou mencionar pessoas, não vou fazer nada que possa limitar essa ideia. Nem mesmo uma imagem irá acompanhar este texto.
É isso que a crítica sempre quis que fizéssemos; pressionando-nos para definirmos o que somos, nos limitasse e em fim nos domesticasse.
A razão é simples, domesticados, somos mais um na estante.
Mas, infelizmente, meu discurso acaba aqui. Nos deram esse rótulo. Nos chamaram de Punks e nossa música de Hardcore, e vice-versa. E chegamos onde estamos. Tentamos mudar por várias vezes, nos esquivando para todos os lados. Tornamos nosso visual mais grotesco, fizemos músicas mais rápidas, ficamos mais agressivos e eles não desistiram, vieram atrás de nós. O “estabilishment” nos persegue como persegue qualquer movimento cultural.
Pegamos suas músicas longas de solos intermináveis que rendiam rios de dinheiro e transformamos em palavras de ordem de dois ou três minutos no máximo e sujamos suas guitarras, vocais e arte visual, tudo que tem direito. E então após matar o “escorpião que dilacerava seu veneno” chamado de música progressiva, com o Hardcore nasce o “Darth Vader” da música comercial, o Trash Metal, o Death, Grind, Splater, Gore, tudo “muito bem elaborado”, porém podre e sujo, sobre a essência inicial, (sem controvérsias[rs]) tudo pra fugir do mercado capitalista.  
É, mas não deu certo.
Em qualquer loja de roupas, seja ela de grife ou não você encontra o seu “Look Punk Rockeiro” e em qualquer loja de música você vai encontrar uma banda revezando seus vocais em melódicos, berrados, guturais e outros mais.
Mas nós não desistimos, como eu mencionei na primeira parte deste ensaio, somos uma ideia e ideias permanecem perpetuando.
Continuamos de pé.
Insistimos.

*Somos duros de roer!

*(O Sarcasmo aqui fica por minha conta) (rs)

Um comentário:

  1. Concordo com que vc disse: "somos uma ideia e ideias permanecem perpetuando".

    E continuamos insistindo, e fazendo que o verdadeiro sentido do hardcore exista. Seja ele qual for....

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