terça-feira, 26 de março de 2013

O Funk Carioca e sua "contribuição" social.


Mais uma vez me exponho a fazer algumas colocações.
Vamos lá!
O ditado já diz : "Gosto é igual... (a retina dos olhos) cada um tem o seu." E quando se fala de música então, é esse o caminho.
Esse ritmo, o tal Funk Carioca durante um bom tempo sofre mutações, como os outros estilos musicais é claro.
E a alguns anos atrás era assim, o Funk era um pouco "destinado a periferia". O pessoal se reunia pra dançar, paquerar e se divertir. Criar os famosos "passinhos".
E então não sei porque, (deixo essa parte para os sociólogos) a coisa começou a mudar. No baile, houve a época em que havia uma disputa de roupas de marca. Nessa época os moleques ostentavam, camisas, causas, bermudas e tênis tudo muito caro. Até mesmo cartões de crédito eram mostrados nas disputas. Assim surgiram muitas marcas se deliciando dessa pegada. As lojas nos shoppings davam volta no quarteirão, houve um crescimento absurdo de roubo de tênis nas ruas para alimentar o mercado negro.
Depois, os concursos de galera, e veio a onda do "rap", as músicas, o grito da galera, as bandeiras, bolas, faixas, tudo isso contava ponto para ganhar os campeonatos.
Era bonito!
Nessa época quem fez a festa junto com a molecada foi as gravadoras e os Dj's que os sugavam como ninguém. Transformavam qualquer guri em celebridade da bonita para o dia.
Depois os tempos mudaram, e tudo ficou muito "tenebroso" as disputas agora eram feitas na "marra". Os funkeiros estavam se gladiando. Brigas extremamente violentas ocorriam nos bailes, foi quando surgiu o "corredor", os seguranças da casa esticavam uma corda e os meninos caiam no pau entre elas. Houve muitas mortes nos confrontos fora dos bailes. Perdi alguns amigos de infância nessa loucura.
E então, nesse período deu-se inicio a "caça as bruxas". E as casas de shows onde haviam os bailes começaram a ser fechadas, dando origem aos bailes da comunidade, e voltou a onda do "rap", dessa vez com uma maozinha do tráfico de drogas, e com as músicas exaltando as facções criminosas o lucro agora viria com o famoso "proibidão".
Passou-se o tempo, e agora o "glamour"!
Com no máximo duas palavras (de preferência com duplo sentido) e uma dança sensual se tem um sucesso.
Se romantizar um pouco vira trilha sonora de novela e tem presença garantida no Domingão do Faustão.
Esses são os tempos atuais, e o Funk Carioca "dita as regras" da sensualidade; academias cheias, corpos sarados, bundas, coxas, peito e biceps. Tudo bem moldado como manda o figurino.
E enquanto algumas emissoras de televisão aproveitam a deixa pra ganhar audiência outras se excandalisam com a menina pelada no palco.
Que vergonha!
Mas vergonha de quê?
Onde eles queriam que chegasse?
Me desculpe, mas eu tive que analisar o video.
Percebesse que o baile todo já estava "frenético", como eles dizem.
Alguns vídeos gravados no mesmo dia mostra a mulherada louca em cima das mesas com minúsculas roupas expondo as partes internas do seus úteros.
Deplorável!
Euforia completa.
Sinceramente, eu esperava até pior.
E então, eu pergunto: De quem é a culpa?
O Funk Carioca é ruim ou é aquilo que ele se tornou que o torna ruim?
Se o "batidão" não fosse tão apelativo?
Se houvesse uma forma de mudar essa realidade? Seria diferente?
Não, não acredito.
De qualquer forma chegaríamos até aqui. Com o Funk ou não.
Nós precisamos de um "ralo" pra escorrer a água suja, um "bode expiatório" talvez.
Não é lindo um monte de gente pelada desfilando na apoteose, dançando na televisão todo domingo a tarde, na novela das oito ou trancafiados numa casa pra darmos uma espiadinha?
Então minha gente!
O Funk Carioca é nossa trilha sonora.
É tudo um "Bunda lê lê"
Relaxa e goza.

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