Na mitologia grega, havia uma raposa que nunca poderia ser capturada.
Chamavam-na Raposa Teumessiana.
Foi enviada como maldição: símbolo daquilo que o homem jamais consegue dominar.
Contra ela, soltaram o Cão de Lélapo, o caçador infalível, que nunca deixava escapar sua presa.
Um paradoxo cruel:
O animal que não pode ser capturado.
O caçador que não pode falhar.
Zeus precisou intervir, petrificando os dois.
Porque certos impasses não têm solução, apenas destino.
Dentro da psique, essa raposa continua viva.
É o lado de nós que escapa sempre,
o trauma que resiste à cura,
o desejo que nunca se satisfaz,
a pergunta que não tem resposta.
Todo adulto carrega sua Raposa Teumessiana.
E a armadilha está em acreditar que ela pode ser capturada.
O verdadeiro salto de consciência não é caçá-la…
mas conviver com o eterno inatingível que nos habita.
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