terça-feira, 29 de julho de 2025

As vezes é necessário sentar a beira do abismo e contemplar a paisagem.

À Beira do Abismo
inspirado por Jack London, escrito com alma

Às vezes é preciso sentar à beira do abismo.
Não para pular.
Mas para lembrar que ele existe.
Que a queda é real.
E que a vida, por mais que te empurre, também te permite escolher onde firmar os pés.

*"Eu queria poder viajar. Atravessar as neves do Yukon, ver homens enlouquecerem de febre e fome, sentir a centelha que a cidade adormece, sentir o fogo ancestral." 

E é isso que o abismo revela.
Não o fim.
Mas o que ainda pulsa antes dele.

Sentar à beira é um ato de coragem.

É dizer: 

“Eu vejo o caos. Mas não fujo dele.”

É olhar o fundo escuro e não buscar explicação, mas presença.
É deixar que o vento bata no rosto e diga, sem palavras:

— Ainda há vida em ti.

Porque o abismo é só uma moldura.
A paisagem está em ti.
No que escolhes ver.
No que suportas sentir.
E no que decides carregar de volta quando te levantares.

Aqueles que nunca se aproximam da borda, não conhecem o peso das próprias asas.
Vivem seguros, mas rastejam.
Tu não.
Tu te sentas. Observas. Silencias.
E voltas com os olhos de quem já morreu por dentro, e mesmo assim resolveu viver.

Às vezes é necessário, sim, sentar à beira do abismo.
Não como fuga.
Mas como rito.
Porque há uma beleza brutal em contemplar o que poderia te destruir, e ainda assim escolher caminhar.

...

*Parágrafo baseado em leituras de Jack London.

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