domingo, 5 de novembro de 2017

A Cor Púrpura da Solidão

Eu havia deixado o rádio ligado quando sai; e quando cheguei, estava tocando Spanish Eyes, da Madona. Eram 04:30hs, eu já havia rodado por uns dois ou três points com amigos de carro. Tomamos algumas cervejas, jogamos sinuca, demos gargalhadas contando uns pros outros nossas aventuras e desatinos. Lembro que em determinado momento, na estrada, por volta da meia noite em um momento de silêncio raro no carro, soou o refrão na estação de rádio 'O Verme passeia na lua cheia!', Secos e Molhado era a trilha sonoro da estrada em meio aos nossos contos de bravura. Nos últimos meses tenho adotado a velha filosofia do Lobo Solitário. E feito alguns seguidores. Não sei exatamente o porque, nem como a vida me caminhou a isso. Mas, tem me feito bem. Os melhores momentos da minha vida em quatro décadas foram sempre acompanhados de uma boa bebida, uma trilha sonora, e um velho livro resgatado nos sebos da vida. Venho ultimamente mudando um pouco minha visão das coisas a minha volta, quanto a vida por exemplo, vejo-a como uma estrada velha entre montanhas, e prossigo perseguindo-a de pés descalços pra sentir o barro entre os dedos, vejo a noite como uma velha paixão de adolescência, e as pessoas que cruzam meu caminho, como casualidades que surgem em meio a selva. Isso me trás leveza. Apesar dos desafios. Mas me trás a possibilidade de descartar o peso imposto sobre nós por cobranças desnecessárias. Cobranças vindas até mesmo de nós mesmos. A Cor Púrpura da Solidão tem sido meu ápice. Estar bem comigo mesmo tem sido o meu Nirvana. Não me julgue! Não fui obrigado a isso. São as circunstâncias. Hoje vivo em comunhão com elas. Como disse um dia o filósofo, 'Eu sou eu, e minhas circunstâncias', então. Abracei a mim mesmo, alcancei o amor próprio e tenho um relacionamento conjugal forte com a auto estima.
Não posso descartar as possibilidades de comparar também a caminhada da vida como uma Roda Gigante Velha e enferrujada que vira e mexe da pane e tu nunca sabes onde sua cadeira vai parar, lá em cima, ou lá em baixo. Mas isso faz parte.
Bom. Agora, deitado, com um sorriso no rosto. Quero dormir e ter bons sonhos. Sonhos que repitam os contos de fábula dessa noite maravilhosa com os amigos. Porque amanhã é dia de labuta. E os dias ultimamente têm sido como terras áridas de um deserto distante. 

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